Exatidão histórica da bíblia.

      



Pode-se confiar na Bíblia?

MUITOS encaram a Bíblia como simples livro escrito por homens sábios de priscas eras. Certo professor universitário, Gerald A. Larue, asseverou: “Os pontos de vista dos escritores, conforme expressos na Bíblia, refletem as idéias, as crenças e os conceitos correntes em suas próprias épocas e estão limitados pelo grau de conhecimento daqueles tempos. Todavia, a Bíblia afirma ser um livro inspirado por Deus. (2 Timóteo 3:16) Caso isto seja verdade, ela certamente estaria isenta de conceitos errôneos prevalecentes na época em que suas várias partes foram escritas. Pode a Bíblia suportar o escrutínio, à luz do conhecimento atual?

2 Ao considerarmos esta pergunta, tenha presente que, com o progresso em conhecimento, os humanos constantemente precisam ajustar seus conceitos às novas informações e descobertas. A revista Scientific Monthly (Mensário Científico) certa vez observou: “É esperar demais que artigos escritos, em alguns casos, tão [recentemente] quanto cinco anos atrás pudessem ser agora aceitos como representando as últimas idéias nos campos da ciência a que dizem respeito.” Todavia, a Bíblia foi escrita e compilada durante um período de cerca de 1.600 anos, e foi concluída há quase 2.000 anos. Que se pode afirmar hoje sobre a exatidão dela?

A Bíblia e a Ciência

3 Quando a Bíblia estava sendo escrita, havia especulação sobre como a Terra era sustentada no espaço. Alguns, para exemplificar, criam que a Terra se apoiava em quatro elefantes que estavam de pé sobre grande tartaruga-marinha. Todavia, em vez de refletir os conceitos fantasiosos e anticientíficos da época em que foi escrita, a Bíblia simplesmente declarava: “[Deus] estende o norte sobre o vazio, suspende a terra sobre o nada.” (Jó 26:7) Sim, há mais de 3.000 anos a Bíblia corretamente comentava que a Terra não tinha sustentação visível, fato que se harmoniza com as leis mais recentemente entendidas da gravidade e do movimento. “Como é que Jó sabia da verdade”, comentou certo perito religioso, “é uma questão não facilmente solucionada por aqueles que negam a inspiração da Escritura Sagrada”.

4 A respeito do formato da Terra, The Encyclopedia Americana afirma: “A imagem mais antiga que os homens tinham da Terra era que ela era uma plataforma plana, rígida, no centro do universo. . . . O conceito de uma Terra esferóide não era amplamente aceito até a Renascença.” Alguns dos primitivos navegadores até mesmo temiam velejar a ponto de caírem da beirada da Terra plana! Daí, porém, a introdução da bússola e de outros aprimoramentos tornaram possíveis as viagens oceânicas mais extensas. Tais “viagens de descobrimento”, segundo explica outra enciclopédia, “mostraram que o mundo era redondo, e não plano como cria a maioria das pessoas”.

5 Todavia, muito antes de tais viagens, com efeito, há cerca de 2.700 anos, a Bíblia dizia: “Há Um que mora acima do círculo da terra, cujos moradores são como gafanhotos.” (Isaías 40:22) A palavra hebraica hhugh, traduzida “círculo”, pode também significar “esfera”, como mostram obras de referências tais como o Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon (Léxico Analítico Hebraico e Caldeu), de Davidson. Outras traduções, por conseguinte, dizem “o globo da terra” (Versão do Pontifício Instituto Bíblico, de Roma) e “a redondeza da terra”. (Matos Soares) Assim, a Bíblia não foi influenciada pelo conceito errôneo de que a Terra era plana, predominante na época em que foi escrita. Ela era
 exata.

6 Os humanos há muito observaram que os rios deságuam nos mares e oceanos, e, mesmo assim, estes não se aprofundam. Alguns criam, até se aprender que a Terra era esferoidal, que isto se dava porque igual volume de água se derramava das beiradas da Terra. Mais tarde, aprendeu-se que o sol “bombeia” bilhões de litros de água dos mares a cada segundo, em forma de vapor d’água. Isto produz nuvens que são levadas pelos ventos para áreas terrestres, onde a umidade cai em forma de chuva e neve. A água então escoa para os rios e flui de novo para os mares. Este maravilhoso ciclo, embora fosse em geral desconhecido nos tempos antigos, é mencionado na Bíblia: “Os rios correm para o mar, mas o mar nunca fica cheio. A água volta para os rios e corre outra vez para o mar.”
 Eclesiastes 1:7, A Bíblia Viva.

7 No que tange à origem do universo, a Bíblia declara: “No princípio Deus criou os céus e a terra.” (Gênesis 1:1) Muitos cientistas, porém, consideravam isto anticientífico, asseverando que o universo não teve princípio. Entretanto, apontando informações mais recentes, o astrônomo Robert Jastrow explica: “A essência dos estranhos acontecimentos é que o Universo teve, em certo sentido, um princípio — que começou em dado instante de tempo.” Jastrow refere-se aqui à teoria, agora comumente aceita, da grande explosão, conforme indicada no Capítulo 9. Acrescenta: Agora vemos como a evidência astronômica leva a um conceito bíblico sobre a origem do mundo. Os pormenores diferem, mas os elementos essenciais no relato astronômico e nos relatos bíblicos de Gênesis são os mesmos.

8 Qual tem sido a reação a tais descobertas? “Os astrônomos acham-se curiosamente aborrecidos”, escreve Jastrow. “As reações deles fornecem interessante demonstração da resposta da mente científica — supostamente uma mente muito objetiva — quando a evidência revelada pela própria ciência leva a um conflito com os artigos de fé de nossa categoria profissional. Acontece que o cientista se comporta como o resto de nós quando nossas crenças colidem com a evidência. Ficamos irritados, fingimos que não existe tal conflito, ou o encobrimos com frases sem significado.” Mas, permanece a realidade que, ao passo que a “evidência revelada pela ciência” discordava daquilo que os cientistas há muito criam a respeito da origem do universo, ela confirmava o que há milênios foi escrito na Bíblia.

9 Nos dias de Noé, afirma a Bíblia, grande dilúvio cobriu as montanhas mais elevadas da Terra e destruiu toda a vida humana que estava fora da enorme arca construída oé. (Gênesis 7:1-24) Muitos zombam deste relato. Todavia, conchas marinhas são encontradas em elevados montes. E adicional evidência de que ocorreu um dilúvio de imensas proporções, no passado não muito distante, é o grande número de fósseis e carcaças acumuladas em jazigos glaciais de lama de paul. Observou a revista The Saturday Evening Post (Correio de Sábado à Noite): “Muitos destes animais estavam perfeitamente frescos, inteiriços e ilesos, e ainda, quer de pé, quer pelo menos ajoelhados eretos. . . . Eis um quadro realmente chocante — para o nosso modo antigo de pensar. Vastas manadas de animais enormes, bem-nutridos, não especialmente preparados para um frio extremo, pastando placidamente em prados ensolarados . . . De repente foram todos mortos, sem qualquer sinal visível de violência e antes de poderem mesmo engolir o último bocado de forragem, e depois foram congelados tão rapidamente que cada célula de seus corpos ficou perfeitamente preservada.

10 Isto se enquadra no ocorrido no grande Dilúvio. A Bíblia o descreve nas seguintes palavras: “Romperam-se todos os mananciais da vasta água de profundeza e abriram-se as comportas dos céus.” A chuvarada ‘predominou grandemente sobre a terra’, sendo acompanhada, sem dúvida, de ventos gélidos das regiões polares. (Gênesis 1:6-8; 7:11, 19) Ali, a mudança de temperatura seria a mais rápida e drástica. Várias formas de vida foram assim engolfadas e preservadas na glacial lama de paul. Uma de tais pode ter sido o mamute descoberto por escavadores na Sibéria e que é visto na ilustração acompanhante. Ainda havia vegetação em sua boca e em seu estômago, e sua carne ainda era comestível, quando descongelada.

11 Quanto mais se examina a Bíblia, tanto mais surpreendente se torna sua notável exatidão. A Bíblia fornece os estágios da criação na mesmíssima ordem agora confirmada pela ciência, um fato difícil de explicar se a Bíblia tivesse, simplesmente, uma origem humana. Trata-se de outro exemplo dos muitos pormenores na Bíblia confirmados pelo crescente conhecimento. Com boa razão, um dos maiores cientistas de todos os tempos, Isaac Newton, disse: “Não existem ciências mais bem comprovadas do que a religião da Bíblia.

A Bíblia e a Saúde

12 No decorrer dos séculos, havia grande ignorância em questões de saúde. Um médico chegou mesmo a declarar: “Ainda crêem em muitas superstições grande número de pessoas, tais como a de que uma espécie de castanha norte-americana no bolso evita o reumatismo; que tocar em sapos causa verrugas; que usar flanela vermelha em volta do pescoço cura dor de garganta” e outras. Todavia, ele exclamou: “Mas não se encontram tais declarações na Bíblia. Isto, em si, é notável.

13 A Bíblia também é notável quando se comparam os arriscados tratamentos médicos utilizados no passado com o que ela diz. Por exemplo, o Papiro Ebers, documento médico dos antigos egípcios, prescreveu o emprego de excremento para tratar várias enfermidades. Mandava que se misturasse excremento humano com leite fresco e o aplicasse como cataplasma sobre as lesões que ficam depois de cair a casca. E um remédio para remover estilhaços reza: “Sangue de minhocas, cozinhe e esmague em azeite; toupeira, mate e cozinhe, e escoe em azeite; estrume de jumento, misture com leite fresco. Aplique ao orifício.” Este tratamento, como é bem sabido hoje, pode resultar em graves infecções.

14 Que diz a Bíblia sobre o excremento? Ela mandava: “Quando te abaixares lá fora, então tens de cavar um buraco com [um instrumento de cavar] e tens de virar-te e encobrir teu excremento.” (Deuteronômio 23:13) Assim, longe de prescrever o excremento como tratamento médico, a Bíblia mandava que se desse uma segura destinação final aos dejetos orgânicos. Até o presente século não se conhecia, em geral, o perigo de deixar o excremento exposto a moscas. Isto resultava na disseminação de doenças cujos vetores são as moscas, e na morte de muita gente. Todavia, o remédio simples sempre esteve registrado na Bíblia, e já era seguido pelos israelitas há mais de 3.000 anos.

15 No século passado, as equipes médicas passavam diretamente da manipulação dos mortos, na sala de dissecação, aos exames na maternidade, e nem sequer lavavam as mãos. Transferia-se assim a infecção dos mortos, e muitos outros morriam. Mesmo quando se demonstrou o valor de lavar as mãos, muitos da comunidade médica se opuseram a tais medidas higiênicas. Sem dúvida, sem que o soubessem, rejeitavam a sabedoria contida na Bíblia, uma vez que a lei que Jeová deu aos israelitas decretava que quem tocasse um cadáver tornava-se impuro e tinha de lavar-se e também lavar suas roupas. — Números 19:11-22.

16 Como sinal do pacto com Abraão, Jeová Deus disse: “Cada macho vosso, aos oito dias de idade, terá de ser circuncidado.” Mais tarde, este requisito foi repetido para a nação de Israel. (Gênesis 17:12; Levítico 12:2, 3) Não se deu nenhuma explicação por que o oitavo dia foi especificado, mas, hoje, nós compreendemos isso. A pesquisa médica revelou que a vitamina K, fator coagulante do sangue, só sobe a um nível apropriado nessa ocasião. Outro fator coagulante essencial, a protrombina, parece ficar mais elevada no oitavo dia do que em qualquer outro período da vida da criança. Com base nesta evidência, o dr. S. I. McMillen concluiu: “O dia perfeito para se realizar uma circuncisão é o oitavo dia.” Foi simples coincidência? De jeito nenhum. Tratava-se de conhecimento repassado por um Deus com conhecimento de causa.

17 Outra descoberta da ciência moderna é o grau em que a atitude mental e as emoções influem na saúde. Explica certa enciclopédia: “Desde 1940, tornou-se cada vez mais evidente que a função fisiológica dos órgãos e dos sistemas orgânicos estão intimamente vinculados ao estado mental do indivíduo e que até mesmo mudanças de tecido podem ocorrer num órgão assim atingido.” No entanto, esta íntima vinculação entre a atitude mental e a saúde física já fora há muito mencionada na Bíblia. Por exemplo, ela diz: “O coração calmo é a vida do organismo carnal, mas o ciúme é podridão para os ossos.” — Provérbios 14:30; 17:22.

18 A Bíblia, por conseguinte, orienta as pessoas para que evitem as emoções e atitudes prejudiciais. “Andemos decentemente”, admoesta, não “em rixa e ciúme”. Também aconselha: “Sejam tirados dentre vós toda a amargura maldosa, e ira, e furor, e brado, e linguagem ultrajante, junto com toda a maldade. Mas, tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos.” (Romanos 13:13; Efésios 4:31, 32) A Bíblia recomenda especialmente o amor. “Além de todas estas coisas”, diz, “revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união”. Como o maior proponente do amor, Jesus disse a seus discípulos: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” Em seu Sermão do Monte, chegou mesmo a dizer: “Continuai a amar os vossos inimigos.” (Colossenses 3:12-15; João 13:34; Mateus 5:44) Muitos talvez zombem disto, chamando-o de fraqueza, mas eles pagam um preço. A ciência aprendeu que a falta de amor é um dos principais fatores de muitas doenças mentais e de outros problemas.

19 A revista médica inglesa, The Lancet (O Bisturi), certa vez comentou: “A mais significativa descoberta da ciência médica é o poder do amor de proteger e restaurar a mente.” Num teor similar, famoso especialista em stress, o dr. Hans Selye, disse: “Não é a pessoa odiada ou o chefe frustrador que contrai úlcera, hipertensão, e doença do coração. É quem odeia ou quem se permite ficar frustrado. ‘Ama o teu próximo’ é uma das recomendações médicas mais sábias que já foram dadas.

20 Deveras, a sabedoria da Bíblia está muito à frente das descobertas modernas. Como o dr. James T. Fisher certa vez escreveu: “Se tomasse a totalidade dos artigos de peso que já foram escritos pelos mais habilitados psicólogos e psiquiatras sobre o assunto da higiene mental — se os combinasse e os refinasse, eliminando o excesso de verbosidade — se tomasse toda a carne e nenhuma salsa, e se conseguisse que estas porções não-adulteradas de puro conhecimento científico fossem concisamente expressas pelo mais habilidoso dos poetas vivos, teria um resumo inexpressivo e incompleto do Sermão do Monte.

A Bíblia e a História

21 Depois que Darwin publicou sua teoria da evolução, o registro histórico da Bíblia ficou sob ataque generalizado. O arqueólogo Leonard Woolley explicou: “Perto do fim do século 19 surgiu uma escola extremista de críticos pronta a negar o alicerce histórico de praticamente tudo que é narrado nos mais antigos livros do Velho Testamento.” Com efeito, alguns críticos até chegaram a afirmar que a escrita não veio a ter utilização comum senão no tempo de Salomão, ou depois disso; e, assim sendo, as primitivas narrativas da Bíblia não mereciam confiança, uma vez que não foram assentadas por escrito senão séculos depois de ocorridos os eventos. Um dos exponentes desta teoria disse, em 1892: “A época de que tratam as narrativas pré-mosaicas constitui prova suficiente de seu caráter legendário. Era uma época anterior a todo o conhecimento da escrita.

22 Nos tempos recentes, contudo, acumulou-se grande parcela de evidência arqueológica que mostra ser comum a escrita muito antes da época de Moisés. “Temos de sublinhar de novo”, explicou o arqueólogo William Foxwell Albright, “que a escrita alfabética hebraica era empregada em Canaã e nos distritos circunvizinhos desde a Época Patriarcal, e que a rapidez com que formas de letras mudaram constitui clara evidência de seu uso comum”. E outro destacado historiador e escavador comentou: “Parece-nos agora absurdo que alguma vez se fizesse a pergunta de se Moisés poderia ter sabido escrever.

23 Vez após vez o registro histórico da Bíblia tem sido substanciado pela descoberta de novas informações. Por exemplo, o rei assírio, Sargão, por longo tempo só era conhecido através do relato da Bíblia, em Isaías 20:1. Com efeito, na primeira parte do século passado, os críticos desconsideravam esta referência bíblica a ele como não tendo nenhum valor histórico. Daí, as escavações arqueológicas produziram as ruínas do magnífico palácio de Sargão, em Corsabad, incluindo muitas inscrições relativas à regência dele. Em resultado disso, Sargão é agora um dos mais conhecidos reis assírios. O historiador israelense, Moshe Pearlman, escreveu: “Subitamente, os cépticos, que tinham duvidado da autenticidade até das partes históricas do Velho Testamento, começaram a revisar seus conceitos.

24 Uma das inscrições de Sargão fala de um episódio que anteriormente só era conhecido através da Bíblia. Reza: “Eu cerquei e conquistei Samaria, levei como despojo 27.290 habitantes dela.” O relato da Bíblia sobre isto, em 2 Reis 17:6, reza: “No nono ano de Oséias, o rei da Assíria capturou Samaria e então levou Israel ao exílio.” A respeito da notável similaridade destes dois relatos, comentou Pearlman: “Aqui, então, acham-se dois relatos nos anais do conquistador e do conquistado, um quase espelhando o outro.

25 Devíamos esperar, então, que os registros bíblico e secular concordassem nos mínimos detalhes? Não, como Pearlman observa: “Este tipo de idêntico ‘relatório de guerra’ de ambos os lados era incomum no Oriente Médio dos tempos antigos (e, vez por outra, o é também nos tempos modernos). Só acontecia quando os países em conflito eram Israel e um de seus vizinhos, e somente quando Israel era derrotado. Quando Israel vencia, nenhum registro do fracasso aparecia nas crônicas dos inimigos.” (Grifo acrescentado.) Não é surpresa, portanto, que os relatos assírios sobre a campanha militar contra Israel, por parte de Senaqueribe, filho de Sargão, apresentem grande omissão. E qual é?

26 Descobriram-se relevos murais do palácio do Rei Senaqueribe que representam cenas de sua expedição contra Israel. Também se encontraram narrativas escritas dela. Uma delas, um prisma de argila, reza: “Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se submeteu ao meu jugo, eu sitiei 46 de suas cidades fortes, . . . A ele mesmo fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como a um pássaro numa gaiola. . . . Reduzi o país dele, mas ainda aumentei o tributo e os presentes-katrû (devidos) a mim (como seu) suserano.Assim, a versão de Senaqueribe coincide com a Bíblia no que diz respeito às vitórias assírias. Mas, como era de se esperar, ele deixa de mencionar seu fracasso em conquistar Jerusalém e ser ele obrigado a voltar para casa, porque 185.000 de seus soldados foram mortos em uma só noite. — 2 Reis 18:13–19:36; Isaías 36:1–37:37.

27 Considere o assassínio de Senaqueribe e o que recente descoberta revela. A Bíblia afirma que dois de seus filhos, Adrameleque e Sarezer, mataram Senaqueribe. (2 Reis 19:36, 37) Todavia, tanto o relato atribuído ao rei babilônio Nabonido, como o do sacerdote babilônio Beroso, do terceiro século AEC, só mencionam um filho como envolvido na matança. Qual estava certo? Comentando a descoberta mais recente de um prisma fragmentar de Esar-Hadom, o filho de Senaqueribe que o sucedeu como rei, o historiador Philip Biberfeld escreveu: “Apenas o relato da Bíblia resultou correto. Foi confirmado em todos os mínimos pormenores pela inscrição de Esar-Hadom e resultou ser mais exato no tocante a este evento da história assírio-babilônica do que as próprias fontes babilônicas. Trata-se dum fato de suma importância para a avaliação até mesmo de fontes contemporâneas que não concordem com a tradição bíblica.

28 Houve época em que todas as fontes antigas conhecidas também diferiam da Bíblia no tocante a Belsazar (Baltasar). A Bíblia apresenta Belsazar como o rei de Babilônia quando ela caiu. (Daniel 5:1-31) No entanto, os escritos seculares nem sequer mencionavam Belsazar, afirmando que Nabonido era o rei naquele tempo. Assim, os críticos pretendiam que Belsazar jamais existira. Mais recentemente, contudo, descobriram-se escritos antigos que identificavam Belsazar como um dos filhos de Nabonido, e co-regente de seu pai em Babilônia. Por este motivo, evidentemente, a Bíblia diz que Belsazar ofereceu-se a tornar Daniel “o terceiro governante no reino”, uma vez que o próprio Belsazar era o segundo. (Daniel 5:16, 29) Assim, o prof. R. P. Dougherty, da univ. de Yale, ao comparar o livro bíblico de Daniel com outros escritos antigos, disse: “Pode-se interpretar como excepcional o relato bíblico, uma vez que emprega o nome Belsazar, atribui poder régio a Belsazar, e reconhece que existia uma dupla regência no reino.

29 Outro exemplo de uma descoberta que confirma a historicidade de alguém mencionado na Bíblia é fornecido por Michael J. Howard, que trabalhou junto com a expedição a Cesaréia, em Israel, em 1979. “Por 1.900 anos”, escreveu, “Pilatos só existia nas páginas dos Evangelhos e nas vagas lembranças dos historiadores romanos e judeus. Quase nada se sabia sobre a vida dele. Alguns afirmavam que sequer existira. Mas, em 1961, uma expedição arqueológica italiana trabalhava nas ruínas de antigo teatro romano em Cesaréia. Um operário revirou uma pedra que tinha sido usada em uma das escadarias. No reverso havia a seguinte inscrição, parcialmente obscurecida, em latim: ‘Caesariensibus Tiberium Pontius Pilatus Praefectus Iudaeae.’ (Ao povo de Cesaréia, Tibério Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia.) Foi um golpe fatal nas dúvidas sobre a existência de Pilatos. . . . Pela primeira vez havia evidência epigráfica contemporânea da vida do homem que ordenara a crucificação de Cristo.” — João 19:13-16; Atos 4:27.

30 As descobertas modernas chegam até a substanciar pequenos pormenores dos antigos relatos bíblicos. Por exemplo, contradizendo a Bíblia, Werner Keller escreveu em 1964 que os camelos não foram domesticados numa data antiga, e, por conseguinte, a cena em que “encontramos Rebeca pela primeira vez em sua cidade natural, Naor, precisa sofrer uma mudança de cenário. Os ‘camelos’ que pertenciam ao futuro sogro dela, Abraão, aos quais ela deu água junto ao poço eram — jumentos. (Gênesis 24:10) No entanto, em 1978, o líder militar e arqueólogo israelense, Moshe Dayan, apontou evidência de que os camelos “serviam como meio de transporte” naqueles tempos primitivos, e, assim sendo, o relato da Bíblia é exato. “Um relevo do século dezoito AC, encontrado em Byblos, na Fenícia, representa um camelo ajoelhando-se”, explicou Dayan. “E montadores de camelos aparecem em selos cilíndricos recentemente descobertos na Mesopotâmia, que pertencem ao período patriarcal.”

31 Avoluma-se inapelavelmente a evidência da exatidão histórica da Bíblia. Ao passo que é verdade que não se encontraram registros seculares da derrocada sofrida pelo Egito no mar Vermelho e também de outras derrotas, isto não nos deve surpreender, uma vez que não era costume dos governantes registrar suas derrotas. Todavia, descoberto nos muros do templo em Carnac, no Egito, acha-se o registro da bem-sucedida invasão de Judá pelo Faraó Sisaque durante o reinado de Roboão, filho de Salomão. A Bíblia fala sobre isto em 1 Reis 14:25, 26. Ademais, descobriu-se a versão que o Rei Mesa, moabita, apresentou de sua revolta contra Israel, estando registrada no que é conhecido como a Pedra Moabita. O relato também pode ser lido na Bíblia, em 2 Reis 3:4-27.

32 Os visitantes de muitos museus podem ver relevos murais, inscrições e estátuas que confirmam os relatos da Bíblia. Os reis de Judá e de Israel, tais como Ezequias, Manassés, Onri, Acabe, Peca, Menaém e Oséias, ocorrem nos registros cuneiformes dos governantes assírios. O Rei Jeú, ou um de seus emissários, é representado no Obelisco Negro de Salmaneser como do tributo. Restaurou-se, para ser observado hoje, o décor do palácio persa de Susã, como os personagens bíblicos Mordecai e Ester o conheciam. Os visitantes dos museus podem também ver estátuas dos antigos Césares romanos — Augusto, Tibério e Cláudio, que constam dos relatos bíblicos. (Lucas 2:1; 3:1; Atos 11:28; 18:2) Encontrou-se um denário de prata que, efetivamente, estampa a imagem de Tibério César — moeda esta que Jesus solicitou ao discutir a questão de impostos. — Mateus 22:19-21.

33 Um visitante moderno de Israel, familiarizado com a Bíblia, não pode deixar de ficar impressionado com o fato de que a Bíblia descreve aquela terra e seus acidentes geográficos com grande exatidão. O dr. Ze’ev Shremer, líder duma expedição geológica à península de Sinai, disse certa vez: “Temos nossos próprios mapas e planos de pesquisa geodésica, naturalmente, mas, quando há discrepância entre a Bíblia e os mapas, optamos pelo Livro.” Exemplifiquemos como alguém pode experimentar pessoalmente a história apresentada na Bíblia: Atualmente, em Jerusalém, a pessoa pode caminhar através dum túnel de 533 metros, escavado em rocha maciça, há mais de 2.700 anos. Foi escavado para proteger o suprimento de água da cidade, por transportar a água da oculta e extramural fonte de Giom, até o Reservatório de Siloé, intramural. A Bíblia explica como Ezequias mandou construir esta adutora para fornecer água à cidade, antecipando o vindouro sítio por parte de Senaqueribe. — 2 Reis 20:20; 2 Crônicas 32:30.

34 Estes são apenas alguns exemplos que ilustram por que é insensato subestimar a exatidão da Bíblia. Há muitos, muitos mais. Assim, as dúvidas sobre a fidedignidade da Bíblia geralmente se respaldam, não no que ela afirma ou em evidência sólida, mas, em vez disso, em desinformação ou em ignorância. O antigo diretor do Museu Britânico, Frederic Kenyon, escreveu: “A arqueologia ainda não disse a sua última palavra; mas os resultados já conseguidos confirmam o que a fé sugeriria, que a Bíblia não pode senão lucrar com o aumento do conhecimento.” E o bem-conhecido arqueólogo Nelson Glueck disse: “Pode-se afirmar categoricamente que nenhuma descoberta arqueológica jamais contradisse uma referência bíblica. Dezenas de descobertas arqueológicas têm sido feitas, as quais confirmam em nítido esboço, ou em pormenores exatos, as declarações históricas da Bíblia.”

Honestidade e Harmonia

35 Outra coisa que identifica a Bíblia como provinda de Deus é a honestidade de seus escritores. É contrário à natureza humana imperfeita admitir erros ou fracassos, especialmente por escrito. A maioria dos escritores antigos só narrava seus êxitos e suas virtudes. Todavia, Moisés escreveu como ele tinha “faltado ao dever”, e, assim, ficara desqualificado para liderar a entrada de Israel na Terra Prometida. (Deuteronômio 32:50-52; Números 20:1-13) Jonas falou de sua própria inconstância. (Jonas 1:1-3; 4:1) Paulo admite seus erros anteriores. (Atos 22:19, 20; Tito 3:3) E Mateus, apóstolo de Cristo, relatou que os apóstolos por vezes mostravam pouca fé, buscavam destaque e até mesmo abandonaram Jesus quando este foi preso. — Mateus 17:18-20; 18:1-6; 20:20-28; 26:56.

36 Se os escritores da Bíblia quisessem falsificar algo, não seriam as informações desfavoráveis sobre eles mesmos? Não é provável que revelassem suas próprias fraquezas e então fizessem falsas afirmações sobre outras coisas, não é mesmo? Assim, então, a honestidade dos escritores da Bíblia aumenta o peso de sua afirmação de que Deus os guiava, à medida que escreviam. — 2 Timóteo 3:16.

37 A harmonia interna em torno dum tema central também testifica sobre a Autoria Divina da Bíblia. É fácil declarar que os 66 livros da Bíblia foram escritos por um período de 16 séculos por cerca de 40 escritores diferentes. Mas, pense só em quão notável é este fato! Digamos que a escrita de certo livro começasse na época do Império Romano, que a escrita prosseguisse no período das monarquias e até as modernas repúblicas, e que os escritores fossem pessoas tão diferentes como soldados, reis, sacerdotes, pescadores, e até um pastor, bem como um médico. Esperaria que cada parte desse livro seguisse o mesmo tema preciso? Todavia, a Bíblia foi escrita por um período similar de tempo, sob vários regimes políticos, e por homens de todas essas categorias. E constitui um todo harmonioso. Sua mensagem básica possui o mesmo impulso, do começo ao fim. Não aumenta isso o peso da afirmação da Bíblia de que tais “homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo”? — 2 Pedro 1:20, 21.

Exatidão Científica.

Para todo crente professo, a autoridade do Senhor Jesus é inquestionável e suprema. Se em quaisquer das perspectivas e dos ensaios registrados no Novo Testamento, o Senhor pudesse ser acusado de erro ou engano, ele não poderia ser nosso divino Salvador; o cristianismo todo seria uma ilusão, um embuste. Segue-se, portanto, que qualquer opinião sobre as Escrituras contrária a Cristo deve ser de imediato e sem maiores considerações rejeitada. Se há alguma coisa de importância no Novo Testamento é seu testemunho da divindade de nosso Senhor e Salvador – desde Mateus, passando por todos os livros, até o Apocalipse. Todos quantos se intitulam evangélicos concordam de modo cabal nesse ponto. Se esse fato é verdadeiro, segue-se que, seja o que for que Jesus Cristo aceitasse e nisso cresse, no que diz respeito à confiabilidade das Escrituras, deve ser aceito como verdadeiro, algo que está gravado na consciência de cada crente legitimo. Se Cristo cria na total exatidão da Bíblia hebraica, em todos os assuntos científicos ou históricos, devemos reconhecer que sua opinião nessas questões é correta e fidedigna em todos os aspectos. Ademais, tendo em mente a impossibilidade de Deus ser culpado de erro, precisamos reconhecer também que até mesmo questões de história ou de ciência, conquanto em si mesmas não teológicas, assumem importância de doutrina básica. Por que as coisas são assim? Porque Cristo é Deus, e Deus não pode enganar-se. Eis uma proposição teológica absolutamente essencial para a doutrina cristã.
Um exame cuidadoso das referencias que Cristo fez ao Antigo Testamento torna bem evidente, sem sombra de dúvida, que o Senhor aceitou integralmente como fatos reais até mesmo as declarações mais controvertidas da Bíblia hebraica, no que concerne à história e à ciência. Seguem-se alguns exemplos:
1. Ao falar de sua morte e ressurreição, que se aproximavam, Jesus afirmou em Mateus 12.40: “Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra” (NVI). Afora qualquer tendência de proteger uma teoria, é impossível extrair dessa declaração qualquer outra conclusão senão que Jesus considerava a experiência de Jonas um tipo (ou, pelo menos, uma analogia claríssima) que apontava para sua própria experiência, muito próxima, entre a hora de sua morte na cruz e a de sua ressurreição física, ao sair da sepultura na manhã da Páscoa. Se a ressurreição seria historicamente factual e se tornaria o antítipo da provação de Jonas no estômago do grande peixe, segue-se então que o protótipo em si mesmo pode ter sido um fato historicamente real – não obstante o ceticismo moderno a esse respeito. A realidade do fato da narrativa é confirmada também por Mateus 12.41: “Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora está aqui o que é maior do que Jonas” (NVI) – isto é, o próprio Jesus. O Senhor deixa implícito que os habitantes de Nínive na verdade atenderam ao apelo e à denúncia fulgurantes de Jonas, em humildade sincera e temor – exatamente como está registrado em Jonas 3. Jesus declara que aqueles pagãos ignorantes, que jamais tiveram conhecimento da Palavra de Deus, teriam menos culpa diante de Deus do que os judeus daquela geração, que estavam rejeitando a Cristo. Esse julgamento pressupõe com toda a clareza que os ninivitas fizeram com exatidão o que Jesus registra a respeito desse povo. Isso significa que Jesus não considerou o livro de Jonas mera ficção ou alegoria, como sugerem alguns pretensos evangélicos. Crer que Jonas é mera ficção é o mesmo que rejeitar a inerrância de Cristo e, portanto, sua divindade.
2. Outro registro histórico das Escrituras tido como histórica e cientificamente impossível é o da arca de Noé e do Dilúvio, que encontramos em Gênesis 6 – 8. Entretanto, Jesus em seu sermão no jardim das Oliveiras, afirmou claramente que “assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda [parúsia] do Filho do homem” (Mt 24.38,39). De novo Jesus estava predizendo que um acontecimento ocorreria no futuro, como antítipo de um fato passado, registrado no Antigo Testamento. Portanto, o Senhor deve ter considerado o Dilúvio história verídica, exatamente como está registrada em Gênesis.
3. O registro de Êxodo sobre a alimentação de mais de dois milhões de israelitas pelo milagre do maná, por 40 anos no deserto do Sinai, é rejeitado por alguns estudiosos que a si mesmos se intitulam evangélicos, chamando-o lenda. Mas o próprio Jesus o aceitou como fato histórico real ao dizer: “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram” (Jo 6.49). A seguir, no versículo seguinte, o Senhor se apresenta como o antítipo, isto é, como o verdadeiro Pão vivo enviado do céu pelo Pai.
4. Podemos afirmar com tranqüilidade e segurança que jamais o Senhor Jesus, ou qualquer de seus apóstolos, fez a menor insinuação de que houvesse alguma inexatidão de ordem cientifica ou histórica em alguma declaração do Antigo Testamento. Ao ceticismo cientifico ou racionalista dos saduceus, Jesus citou ipsis litteris Êxodo 3.6, em que Deus fala a Moisés de uma sarça ardente (arbusto que se queimava miraculosamente sem consumir-se), nos seguintes termos: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Mt 22.32). Pelo uso do tempo presente, que fica implícito na oração sem verbo do texto hebraico, o Senhor extrai a dedução de que Deus não se descreveria a si próprio como Deus de meros cadáveres, que enfeitassem túmulos, mas apenas de personalidades permanentemente vivas, que estivessem usufruindo a comunhão com o Pai na glória. Portanto, o Antigo Testamento ensinava a ressurreição dos mortos.
5. No que concerne à historicidade de Adão e de Eva, Cristo deixou implícita a veracidade do registro de Gênesis 2.24, em que se lê a respeito de nossos primeiros pais: “Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Mt 19.5). No versículo precedente, o Senhor referiu-se ao versículo 27 de Genesis 1, segundo o qual Deus criou a humanidade de modo especial, ao criar macho e fêmea – no inicio da história humana. A despeito das teorias, Adão e Eva foram personalidades verdadeiras, históricas. Encontramos confirmações semelhantes nas cartas de Paulo (que testificou ter recebido sua doutrina diretamente do Cristo ressurreto [Gl 1.12]), de modo especial em 1 Timóteo 2.13,14: “Porque primeiro foi formado [eplasthe, “moldado”, “criado”] Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora” (NVI). A questão tratada aqui nesse trecho é o contexto histórico da liderança e da responsabilidade masculina tanto no lar como na Igreja; pressupõe-se, portanto, a historicidade de Gênesis 3. A esse respeito, devemos notar que, em Romanos 5.12-21, traça-se um contraste entre a desobediência de Adão, que atirou a raça humana no estado de pecado, e a obediência de Cristo, cuja morte expiatória trouxe redenção a todos os que crêem. Está registrado no v.14 que Adão é um typos (“tipo”) daquele (Cristo) que havia de vir. Portanto, se Cristo foi uma personagem histórica, o antítipo de Adão, segue-se inevitavelmente que o próprio Adão também foi uma personagem histórica. Ninguém pode afirmar com sinceridade que dedica aceitação leal à doutrina da infalibilidade das Escrituras e ao mesmo tempo crer na possibilidade de Adão, o ancestral singular da raça humana, ser uma figura mítica, lendária. Esse trecho eminentemente doutrinário de Romanos 5 (que serve de base para a doutrina do pecado original), pressupõe que Gênesis 2 e 3 contêm história verídica, factual.

Espírito Santo de Deus.


O Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade, é, nas Sagradas Escrituras, denominado "o Espírito", "o Santo Espírito", "o Espírito de Deus", "o Espírito do Filho de Deus", e o "Consolador".

Na criação / Velho Testamento
O Espírito pairava por sobre as águas (Gn 1.2; Jó 26.13);  foi dado a certos homens para realizarem a sua obra:
Bezalel (Ex 31.2,3), Josué (Nm 27.18), Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29), Saul (1Sm 11.6), Davi (1Sm 16.13); foi especialmente manifesto nos profetas (Ez 11.5; Zc 7.12), foi dado para luz dos homens (Pv 1.23), prometido ao Messias (Is 11.2; 42.1), e a "toda a carne" (Jl 2.28).

No Novo Testamento
O Espírito Santo se manifesta no batismo de Jesus (Mt 3.16;Mc 1.10), e na tentação    (Mt 4.1; Mc 1.12; Lc 4.1); imediatamente depois da tentação (Lc 4.14); e na ocasião em que Jesus, falando em Nazaré, recorda a promessa messiânica de Is 61.1,2 (cp. com 42.1-4). Do mesmo modo fala o Santo Espírito ao velho Simeão dirigindo-o nos seus passos e pensamentos (Lc 2.25-27). O dom do ES é, de uma maneira determinada, prometido pelo nosso Salvador  (Lc 11.13).

No Evangelho de João
O ensino de Jesus quanto à obra do Espírito é mais preciso. "Deus é Espírito", com respeito à Sua natureza. A não ser que o homem novamente nasça "da água e do Espírito", ele não pode entrar no reino de Deus (Jo 3.5). O Espírito é dado sem medidas ao Messias (3.34). referindo-se Jesus às promessas messiânicas (Is 44.3; Jl 2.28) falou do Espírito que haviam de receber os que nele cressem" (7.39); porquanto, ainda não tinha sido dado (7.39); mas, na qualidade de consolador, Paracleto, Advogado (14.16,26; 15.26; 16.7; Jo 2.1); Espírito da verdade, por quem a verdade se expressa e é trazida ao homem (15.26; 16.13). Ele havia de ser dado aos crentes pelo Pai (14.16), habitando neles e glorificando o Filho (16.14), pelo conhecimento que Dele dava. Em 1Jo 3.24 a 4.13 esta presença íntima do Espírito é um dos dois sinais ou característicos da união com Cristo; e o Espírito, que é a verdade, dá testemunho do Filho (1Jo 5.6).

Nos Atos
A manifestação do Espírito é feita no dia de Pentecoste, e o fato acha-se identificado com o que foi anunciado pelo profeta (2,4,17,18); Ananias e Safira "tentam" o Espírito, pondo à prova a Sua presença na igreja (5.9); o Espírito expressamente  dirige a ação dos apóstolos e evangelistas (1.2; 8.29,39; 10.19; 11.12; 16.7; 21.4);  e inspira Ágabo (11.28).

Nas epistolas de Paulo
A presença do Espírito Santo está claramente determinada (Rm 8.11; 1Co 3.16; 6.17-19). É ele o autor da da fé (1Co 12.3; cp. com 2Co 4.13); no Espírito vivem os homens (Gl 5.25), por Ele são ajudados nas suas fraquezas (Rm 8.26,27), fortalecidos por Ele (Ef 3.16), recebendo Dele dons espirituais (1Co 12), e produzindo frutos como resultado da Sua presença (Gl 5.22). Por meio Dele há a ressurreição dos que crêem em Cristo (Rm 8.11).

Pedro
(1Pe 1.2) escreve acerca da santificação, como sendo obra do Espírito Santo.

No apocalipse
Se vê que João conscientemente é influenciado pelo Espírito (1.10; 4.2); e a mensagem dirigida à sete igrejas é a mensagem do Espírito (2.7,11,17,29).

O Espírito Santo é uma pessoa da Santíssima Trindade, e não simplesmente um método de ação divina ( vejam-se especialmente as palavras de Jesus: Jo 14.16,17; 15.26; 16.7,8; Mt 12.31,32; At 5.3,9; 7.51; Rm 8.14; 1Co 2.10; Hb 3.7).

O Espírito procede do Pai e do Filho   (Gl 4.6; 1Pe 1.11). É Ele tanto "o  Espírito de Deus" como "o Espírito de Cristo" (Rm 8.9).

E assim nos mistérios da redenção, e de uma nova vida, na regeneração, na santificação, e na união com Cristo, é uma Pessoa que, na Sua operação, como auxiliador do homem, é ainda Aquele que pode ser negado, entristecido e apagado (Ef 4.30; 1Ts 5.19).

Dicionário Bíblico Universal
 
 O assunto sobre os dons espirituais nos faz dividir seu estudo em três partes: O Batismo no Espírito Santo; A Especificação de cada um dos Dons; A Unidade do Corpo de Cristo (Igreja).

Os dons espirituais são concedidos aos crentes mediante o batismo no Espírito Santo, por este motivo iremos estudar de início sobre este batismo.

Este estudo completo visa esclarecer a visão pentecostal sobre os dons do Espírito, e suas funcionalidades, bem como sua contribuição para a obra de Cristo aqui na terra até a sua vinda, ou seja a sua segunda vinda.

Os pentecostais baseiam-se na Bíblia Sagrada como única fonte de regra e fé, mas também consideram a experiência produzida pela operação do Espírito Santo, obviamente abaixo da Bíblia.

Vejamos agora algumas características das verdades pentecostais:

- Atuais - as verdades pentecostais são também para os nossos dias(At 2.39). Ainda hoje, todo aquele que pedir esse poder o receberá, desde que o peça com perseverança(Lc 11.9-13), obediência(At 5.32) e fé(Jo 7.37-39).
- Experimentais - Na Igreja primitiva, o derramamento do poder ocorria de três formas: ‘De repente’(At 2.1-4); ‘pela imposição de mãos’(At 8.15-18), e ‘pelo poder da Palavra’(At 10.44-46; 9.17; 18.1).

Para muitos estudiosos, o batismo no Espírito Santo, e os dons espirituais, eram somente para a Igreja primitiva, muito se enganam, pois um dos fatos que contradizem estas teorias, é o caso ocorrido em 9 de abril de 1906, na cidade de Los Angeles, estado da Califórnia EUA, um pastor de nome Willian J. Seymour e mais sete irmãos de sua Igreja foram batizados no Espírito Santo, depois de uma busca incessante da promessa.

A manifestação do poder de Deus foi tão grande, que onde eles estavam ficara muito pequeno, e a partir daí alugaram uma igreja abandonada, na rua Azuza, nº 312, onde foi fundada a missão Evangélica da Fé Apostólica. Nesta, os dons se manifestavam de maneira abundante.

Tomando conhecimento deste avivamento, dois homens Daniel Berg, e Gunnar Vingren também buscaram este avivamento e receberam-no de forma gloriosa, então se conheceram e receberam a orientação de Deus para virem ao Brasil evangelizar, foi quando em 18/06/1911 chegaram ao Brasil, mais especificamente em Belém do Pará, onde fundaram as Assembléias de Deus.

Este é apenas um exemplo do Batismo no Espírito Santo em nossos dias...
Iremos agora entrar no assunto sobre o Batismo no Espírito Santo.

Batismo no Espírito Santo
“porque na verdade João batizou com água,
mas vós sereis batizados com o espírito Santo,
não muito depois destes dias” Atos 1.5

O batismo no Espírito Santo é uma das doutrinas principais das Escrituras, como vemos em At 1.4 – “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.” - O prometido dom do Pai (Jl 2.28-29; Mt 3.11) é o batismo no Espírito Santo(At 1.5). Este batismo “com” ou “no” Espírito Santo não pode ser confundido com o recebimento do Espírito Santo na ocasião da regeneração, pois veja que no mesmo dia em que Jesus ressuscitou ele assoprou sobre os seus discípulos e disse: “Recebeis o Espírito Santo” (Jo 20.22), depois Ele lhes disse que também deveriam ser revestidos de poder pelo Espírito Santo(Lc 24.49; cf At 1.5,8), portanto são duas obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas por um período de tempo, e que o batismo no Espírito Santo é uma experiência subseqüente à regeneração.


O que é o Batismo no Espírito Santo ?


Ao contrário do que muitos tem dito sobre este batismo, ele não significa:
- Salvação: Os discípulos já eram salvos antes do Pentecostes (Lc 22.28; 10.20; Jo 13.10; 15.3), restava-lhes porém serem revestidos de poder.
- Santificação: Embora o Espírito promova a santificação na vida do crente (Gl 5.16-18, 24-26), isso não tem nada a ver com o batismo no Espírito Santo, a pessoa pode ser santificada e cheia do fruto do Espírito (Gl 5.22), e mesmo assim não ser batizada no Espírito Santo.
- Alegria: A salvação traz alegria no coração do ser humano (Rm 14.17), porém, sentir grande alegria, ou emoção, não significa que o crente haja sido batizado no Espírito Santo.
Mas o que seria então este batismo no Espírito Santo?
- É uma promessa do Pai, desde o AT , onde falaram à respeito: Salomão(Pv 1.23), Isaías (Is 28.11), Joel(Jl 2.28-32), Zacarias(Zc 12.10).
- Revestimento de poder, temos aqui uma das expressões que definem o derramamento do poder do alto em nossas vidas: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lc 24.49).


Como receber este batismo?


A única condição prévia para essa experiência é a conversão e única exigência é a fé, focalizando isso na oração, submissão e a atitude de expectativa, mas essas condições não são acréscimos à salvação. “As condições que acabamos de mencionar são melhor entendidas, não como exigências adicionais além da simples fé, mas como expressões dessa fé ”. Sobre a fé, a oração, a entrega e a expectativa, elas meramente produzem o contexto – atmosfera – em que o batismo no Espírito Santo é recebido.
Portanto, o batismo não está vinculado a mérito , pois é um dom de Deus (At 10.45), e nem a métodos, pois o Espírito opera como o vento; o importante mesmo é a posição do coração: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”(Jr 2913).

Conclusão, para receberdes o batismo no Espírito Santo, pois é para todos(At 2.38), aí vai a dica, mas não se esqueça, não é um método:
1. Arrependa-se;
2. Seja Obediente;
3. Busque com perseverança.


O propósito do batismo no Espírito Santo


O batismo no Espírito Santo tem algumas principais finalidades, assim como:
- Capacitação para o serviço: capacita o crente a pregar(At 1.8) com autoridade celestial(At 4.13). Uma grande mudança operou-se na vida dos discípulos depois de eles terem recebido o poder do alto. Tão logo foram batizados no Espírito Santo, colocaram-se de pé para proclamar o Evangelho de Cristo (At 2.2,14): “e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados... Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.”
- Novo dimensionamento espiritual: o batismo proporciona aos crentes a visão dos perdidos e necessitados(At 16.9; 18.9-11); incentivo à conquista de outras bênçãos.
- Aprofundamento da comunhão com Deus: (1 Co 14. 2,4,15,17 ).

Portanto, acreditamos firmemente que o propósito primário do batismo no Espírito Santo é o poder para o serviço: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”(Lc 24.49); “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8). A igreja precisa do poder dinâmico do Espírito para evangelizar o mundo de modo eficaz e edificar o corpo de Cristo. Mas fica um alerta, portanto não seja o falar em línguas o propósito ulterior ou razão pela qual a experiência deve ser desejada, mas a necessidade do poder sobrenatural para testemunhar e servir.
Mas enfim, porque em uma apostila sobre os “Dons Espirituais” estamos falando sobre o batismo no Espírito Santo? Simples a resposta, “esse batismo é a entrada para os numerosos ministérios no Espírito, chamados dons do Espírito, inclusive muitos ministérios espirituais.”
Vejamos agora os Dons Espirituais.

Dons Espirituais
“Acerca dos dons espirituais, não quero,
irmãos, que sejais ignorantes” 1Coríntios 12.1

Os dons espirituais não cessaram com a ultimação do Novo Testamento, ou seja quando o Novo testamento foi completado, mas mesmo assim muitos eruditos dizem que estes dons foram especialmente para os primeiros cristãos, mas isto não vem ao caso neste momento. Neste contexto dividimos os dons em: ordinários e os extraordinários, os ordinários são os de natureza comum, como por exemplo, o dom musical, aquele que tem facilidade no relacionamento com a música; e os extraordinários são aqueles citados em 1 Co 12.8-10 – (1) Palavra da Sabedoria; (2) Palavra do Conhecimento; (3) Fé; (4) Curas; (5) Operação de milagres; (6) Profecia; (7) Discernimento de espíritos; (8) Variedade de línguas; (9) interpretação de línguas, portanto sobrenatural, concedidos por Deus através do Espírito Santo.
Teologicamente, definiremos dom partindo de sua origem que se encontra no grego charisma, que significa “donativo de caráter imaterial, dado de graça”, portanto, os dons são capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja.


Divisão dos dons


A maioria dos estudiosos classificam os dons de 1Co 12.8-10 em três categorias:
- Elocução – Profecia, Variedade de línguas, Interpretação de línguas;
- Inspiração – Sabedoria, Ciência, Discernimento de espíritos;
- Poder – Fé, Operação de maravilhas, Cura.
Trata-se de uma divisão conveniente e lógica, mas com base no emprego da palavra grega heteros (“outro de tipo diferente”) por duas vezes em 1Co 12.6-8 podemos ver os dons divididos em três categorias assim:
- Dons de Ensino(e Pregação) – Palavra de Sabedoria, Palavra de Conhecimento;
- Dons do Ministério(à Igreja e ao Mundo) – Fé, Dons de Curar, Operação de maravilhas, Profecia, Discernimento de espíritos;
- Dons de Adoração – variedade de línguas, Interpretação de línguas.
Independentemente, qualquer uma das divisões está correta.


Especificação dos dons


Veremos agora a especificação dos dons individualmente, não esquecendo que os dons são concedidos aos crentes (já batizados no Espírito Santo) através de súplicas, jejuns, orações e muita perseverança.

1) Dom da Palavra da Sabedoria (1Co 12.8) – Manifestação sobrenatural da sabedoria de Deus. Não se trata do resultado de qualquer esforço humano em se conhecer a sabedoria divina (1Co 2.4,6), nem tão pouco de nosso crescimento espiritual. É um dom de Deus. É uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22), não é comum para o dia a dia, pois não se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e sua Palavra, ou pela oração. (Tg 1.5-6). Os que receberam este dom não significa que são mais sábios que os outros. Jesus prometeu aos seus discípulos: “boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lc 21.15). Esse dom vai além da sabedoria e preparo humano. Mas é preciso salientar que a sabedoria se divide em três tipos:
a) Sabedoria humana – Lc 14.28-33; 1Co 2.6
b) Sabedoria satânica – Tg 3.14-16
c) Sabedoria Divina – Tg 3.17; 1Co 2.7

2) Dom da Palavra do Conhecimento (1Co 12.8) – capacidade sobrenatural que propicia uma visão além da esfera material. É a penetração na ciência de Deus (Ef 3.3). Mesmo que muitos confundam a sabedoria e o conhecimento (ciência), há uma diferença entre as duas: sabedoria – é o conhecimento em ação; ciência – é o conhecimento em si. Mas de acordo com a Bíblia a sabedoria e a ciência devem andar juntas (Ef 1.17-19). Uma característica deste dom é que ele também é uma mensagem vocal , inspirada pelo Espírito Santo, porém, revelando conhecimento à respeito de pessoas, de circunstâncias ou de verdades bíblicas, freqüentemente este dom está relacionado com o da profecia (At 5.1-10). Podemos identificá-lo no conhecimento que Pedro teve da mentira de Ananias e Safira, e na proclamação da sentença contra Elimas, feita por Paulo.

3) Dom da Fé ((1Co 12.9) – Na verdade existem três tipos distintos de fé:

- Fé natural: Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão (Tg 2.19; Jo 20.29);
- Fé salvadora: É através dessa que passamos a crer no Senhor para nossa salvação, é definida como um dom de Deus (Ef 2.8). Há que se mencionar ainda, a fé como fruto do Espírito (Gl 5.22)
- O dom da Fé (1Co 12.9): Este é o dom dado pelo Espírito Santo que está incluído na lista dos nove citados por Paulo. É a capacidade, ou faculdade de se confiar em Deus de modo sobrenatural, manifesta-se apenas em ocasiões especiais, é concedido somente a algumas pessoas, visando a consecução de obras extraordinárias em tempos de crise, desafio e emergência (1Co 12.29). Um exemplo típico é o de Elias contra os profetas de Baal (1Rs 18.33-35). É a fé que remove as montanhas, e esta opera em conjunto com outras manifestações do Espírito tais como as curas e os milagres (Mt 17.20).

4) Dons de Curas (1Co 12.9) – É um assunto mais complexo, porém, mais emocionante de se tratar. Pra começar definiremos o que é cura divina: ela nada tem a ver com os esforços médicos, cuja utilidade é reconhecida pela Bíblia (Mt 9.12), é a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo humano, livrando-o de todo o tipo de enfermidade, pois é uma promessa divina (Is 53.4). Mas se há cura, é porque há também as enfermidades, mas de onde elas vêm? Elas podem vir nos afligir de vários maneiras: a) pela natureza pecaminosa do homem (Gn 3.14-19); b) as doenças naturais ( 1Tm 5.23); c) possessão demoníaca (Lc 13.11); d) provação (Jó 2.7); e) participação indigna na ceia (1Co 11.29-30); f) para manifestar a glória divina (Jo 9.1-7); g) outras causas. Mas a cura pode vir de várias formas como nos diz a Palavra de Deus: a) em nome de Jesus (Jo 14.12); b) pela imposição de mãos (At 19.11); c) pela oração da fé (Tg 5.14-15). Uma curiosidade à respeito dos dons de cura, é que é o único dom que está no plural “dons”, indicando curas de diferentes enfermidades. Esses dons não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo, todavia, eles podem orar pelo enfermos, havendo fé, os enfermos serão curados. Mas nunca devemos esquecer, a glória tem que ser dada exclusivamente à Deus.

5) Dom de operação de Maravilhas (1Co 12.10) – É a capacitação sobrenatural que o Espírito Santo concede a Igreja de Cristo para que esta realize sinais, maravilhas e obras portentosas, incluindo algumas como: a) ressurreição de mortos (Lc 7.11-17); b) castigos (At 13.7-12); c) intervenção nas forças da natureza (Ex 14.21); incluindo os atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra satanás e os espíritos malignos (Jo 6.2)

6) Dom de Profecia (1Co 12.10) – Entre os dons espirituais, a Bíblia aponta o dom de profetizar como o mais importante dom do Espírito Santo (1Co 14.1,39). Sua finalidade é edificar, exortar e consolar. O dom de Profecia é a habilidade sobrenatural de se transmitir a mensagem de Deus através da inspiração direta do Espírito Santo (2Pe 1.21). Infelizmente vemos hoje poucas manifestações desse dom. Mas ainda assim existem alguns profetas em nossas igrejas. Mas qual a finalidade desse dom? Quatro são suas principais finalidades: a) Edificação (1Co 3.4,12,17); b) Exortação (At 11.23; 14.22); c) Consolação (Dt 31.8); d) Sinais para os incrédulos (1Co 14.22-25). É preciso saber distinguir a profecia mencionada por Paulo em 1Co 12, com a manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na Igreja, mencionado em Ef 4.11. Um exemplo típico do dom espiritual da profecia encontramos em At 15.32.

7) Dom de Discernimento de espíritos (1Co 12.10) – Capacidade sobrenatural de se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um mundo hoje onde existem imitações, enganos e falsificadores de todo o tipo (At 5.1-11). Através desse dom, podemos discernir tais coisas, e ver se estas realmente procedem de Deus. É um dom de Deus, apropriado para uma ocasião específica, sem o qual a Igreja seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações antibíblicas. Por ser mencionado imediatamente após a profecia, muitos estudiosos o entendem como um dom paralelo responsável por “julgar” as profecias (1Co 14.29).

8) Dom de Variedade de Línguas (1Co 12.10) – É um fenômeno através do qual o Espírito Santo conduz o crente a falar uma ou mais línguas, de forma miraculosa. Suas utilidades são de: a) evidência do batismo no Espírito Santo (At 2.1-8); b) como edificação individual (1Co 14.4); c) como mensagem profética se associada ao dom de interpretar (1Co 14.13). Através do dom de línguas o Espírito Santo toca em nosso espírito.

9) Dom de Interpretação de Línguas (1Co 12.10) – Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem (At 14.6,13,26). A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou outra pessoa.

Um só corpo, muitos membros
“Ora, vós sois o corpo de Cristo e
Seus membros em particular” 1Coríntios 12.27

Os dons são dados à igreja para a sua própria edificação (1Co 14.12), levando-a a manter e a desenvolver sua unidade no corpo de Cristo (Ef 4.4-6). Podemos ver isso através dos ministérios espirituais, e dons espirituais. O objetivo da Igreja como o corpo de Cristo é executar as ordens da cabeça, o próprio Cristo. (Ef 4.16). Paulo, desde o momento da sua conversão, na estrada de Damasco, notou que perseguir a Igreja era perseguir o próprio Jesus Cristo (At 9.4), por isso temos a sublime vocação e obrigação de dedicar as nossas vidas uns aos outros. “O mundo derruba e desfaz tudo. Os cristãos edificam” . Mas para fazermos assim, nós mesmos precisamos ser edificados primeiro. Falar em línguas edifica a nós pessoalmente (1Co 14.4), mas se buscarmos somente a nosso edificação pessoal, ficaremos espiritualmente como esponjas que absorvem a água sem passa-la adiante. Precisamos esforçarmos para edificar outras pessoas (Ef 4.29). A edificação deve ser o alvo supremo da Igreja no uso dos dons. O povo de Deus deve apoiar-se mutuamente, perdoar e estender a mão uns aos outros. Devemos alegrar-nos com os que se alegram, chorar com os que choram (Rm 12.15). Na realidade os crentes pertencem uns aos outros. Efésios 4.16 demonstra o ponto culminante da empatia: ‘O Corpo se edifica em amor, à medida que cada ligamento de apoio recebe forças de Cristo a cumpre a sua tarefa’. Todos temos personalidades, temperamentos e ministérios diferentes, mas à medida que aprendermos a respeito dos outros, começaremos a dar valor a eles, a honrá-los e a crescer na comunhão. Pra finalizar, deixo alguns versículos escritos por Paulo em 1Coríntios 12.12-27 :

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“12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13 Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16 E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18 Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20 Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.
21 E o olho não pode dizer a mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós.
22 Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.
23 E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
24 Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela,
25 para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.
26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
 

Andando com o Espírito
 “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde”...  Mt.11:29-30  
Vida no Espírito é lago que se renova a cada manhã. Infelizmente, hoje existem pessoas sobrecarregadas e até mesmo dentro da igreja. Sobrecarregadas por: circunstâncias, problemas, etc... Deus quer nos liberar de toda carga através desta vida no Espírito. (Gl 5.25-26)
COMO FAZER PARA NÃO DEIXAR DE ANDAR NO ESPÍRITO?
1) SENDO FERVOROSO NO ESPÍRITO – RM.12:11 – SERVINDO AO SENHOR.
Ser fervoroso no Espírito é ser apaixonado pelo Senhor e o seu propósito.

• Infelizmente, hoje a Igreja tem perdido esta paixão.
2)  COMO A IGREJA TEM PERDIDO ESTA PAIXÃO?
A) Quando nós deixamos as coisas preciosas ser tornarem coisas comuns.
• Hoje em dia o diabo tem tirado o valor de tudo o que tem valor para Deus – Jo.10:10
• O povo de Deus sempre foi conhecido pela sua alegria em toda história.
• A igreja perdeu o fervor na humanização

B) Quando começamos a depender das coisas externas, de fora, e não do fluir verdadeiro de Deus – Jo.4:23-24
• Para os filhos de Deus a base  de tudo tem que vir de DEUS, Ele é a única fonte dentro de nós
• Somos o seu templo, e temos que viver como tal
• A cada manhã temos que acordar cheios do Espírito

3) VIVEMOS EM UM MUNDO APÁTICO = RM 12:1-2• A apatia vem sobre nós quando nós nos conformamos com a situação.
• Temos que tomar muito cuidado com os nosso filhos

4) A IGREJA TEM PERDIDO A VISÃO DO PROPÓSITO DE DEUS, ELA PERDEU O ALVO.• Uma Igreja que vê o propósito de Deus com clareza é uma Igreja fervorosa – (Num.13:14)
• Os que perdem o alvo morrem no deserto.
• O alvo de Deus deve estar estampado em nós.
• Hoje em dia a Igreja tem se voltado mais para a estrutura do que para as vidas.

5) PORQUE O FERVOR É TÃO IMPORTANTE?R: Porque ele é primordial na vida da Igreja, é uma prioridade.
Líderes, pastores, músicos, cada serviço deve ser  realizado com paixão a  Deus. Amor e paixão pelo os irmãos – (Jo.13:34-35)
• Não podemos fazer a obra de Deus sem paixão!
• Deve ser uma  prioridade na minha vida o que eu amo. Temos que observar na vida dos discípulos o que é prioridade.
• O que queima por dentro deve fazer diferença por fora
• O que queima por dentro você sente o cheiro por fora, e o cheiro deve ser o cheiro de Cristo.
• Eu sei o quanto custou o preço da minha vida para Jesus.
• Eu não devo ficar preocupado em ser o melhor, mas em dar o melhor para Deus, o melhor para o Senhor da minha vida.
• Ser apaixonado por tudo aquilo que Deus ama.

COMO RESTAURAR A PAIXÃO PELO O MOVER?
1) OLHANDO PARA JESUS – É IMPOSSÍVEL ALGUÉM OLHAR  PARA JESUS E NÃO FICAR APAIXONADO POR ELE . – EF.5:14/ HEB.12:2/ II COR.3:18• Nós contemplamos o Senhor Jesus, contemplando o verbo = a palavra.
• Contemplar Jesus é contemplar a palavra de Deus.
• Podemos contemplar Jesus olhando para os nosso irmãos – Mt.18:20

2) PODEMOS RESTAURAR A PAIXÃO RETORNADO AO PRIMEIRO AMOR.• Deve ser uma prioridade – Ap. 2:4
• Voltar ao primeiro amor fala de valores que se perderam
• Temos que resgatar os valores perdidos
• Primeiro amor é comunhão com Deus

3) DEIXE O ESPÍRITO SANTO ATIVAR OS SEUS DONS. • Muitos não aprendem a desenvolver os seus dons – Ef.4:8
• Muitos enterraram os seus dons
• Temos que ajudar cada discípulo a desenvolver os dons
• Cada um tem um dom pelo menos – I Pe.4:10
• A partir do natural Deus dá o sobrenatural

4)  FAÇA TUDO, AINDA QUE SEJA POUCO, FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS• Identifique os dons
• Santifique
• Deus unge tudo isso
• Submeta os seus dons ao corpo
• Submeta os seus dons aos líderes
• Submeta os seus dons a palavra de Deus

- Não agrada a Deus o enterrar os talentos – Mt.25:14-30
- A Igreja deve ser um lugar onde os dons precisam ser despertados

5) VIVA E ANDE PERTO DE GENTE APAIXONADA POR DEUS.• Jovens, olhem para pessoas apaixonadas por Deus
• No trabalho, seja sócio de pessoas apaixonadas por Deus

6) NUNCA SE ESQUEÇA DE TUDO O QUE DEUS FEZ POR VOCÊ     
• Um exemplo negativo – o povo de Israel – Num.12 e 14
• Sl.103 – Seja sempre grato ao Senhor por tudo, e nunca se esqueça do que Ele  já fez por você.

Escribas ou soferins.




É provável que possua na sua própria língua um exemplar do Antigo Testamento, também chamado de Escrituras Hebraicas. Esta parte hebraica da Bíblia Sagrada contém alguns capítulos e versículos isolados escritos em aramaico. A escrita das Escrituras Hebraicas (AT) foi terminada há mais de 2.400 anos.

Pode ter a certeza de que seu exemplar das Escrituras Hebraicas representa aquilo que foi escrito originalmente? Alguns acham que milhares de anos de copiar e recopiar certamente devem ter obscurecido o texto das línguas originais, além de qualquer reconhecimento. Mas aconteceu isto realmente? É interessante considerar algumas informações básicas sobre como estes escritos foram transmitidos através dos séculos.

Desde o começo da escrita da Bíblia, houv e empenho em preservar a Palavra de Deus. As Escrituras declaram que Moisés ordenou aos levitas que preservassem “este livro da lei” em benefício das gerações subsequentes. (Deuteronômio 31:25, 26) Deus ordenou aos reis de Israel que fizessem para si “uma cópia desta lei”, quando assumissem o trono. — Deuteronômio 17:18.

Mais tarde, surgiu uma necessidade especial de cópias das Escrituras Hebraicas, no tempo de Esdras, um sacerdote que, junto com outros judeus, subiu de Babilônia para Jerusalém, no sétimo ano do rei persa Artaxerxes (468 a.C.) - Esdras 7:1-7) Milhares de judeus haviam decidido permanecer em Babilônia e outros haviam sido espalhados, por causa de migrações e por motivos comerciais. Em diversos lugares surgiram salões locais de assembléia, conhecidos como sinagogas, e, para elas, os escribas precisavam fazer, à mão, cópias dos manuscritos bíblicos. O próprio Esdras é identificado como “copista destro da lei de Moisà ©s” e como “copista das palavras dos mandamentos de Yahweh dos Seus regulamentos para com Israel”. — Esdras 7:6, 11.

I. O TRABALHO DOS “SOFERINS”

A partir dos dias de Esdras, e por uns mil anos, os copistas das Escrituras Hebraicas eram conhecidos como “soferins”. Uma antiguíssima tradição rabínica relaciona este título com o verbo hebraico (safar) que significa “contar”, dizendo: “Os primitivos eruditos eram chamados Sof’rim, porque contavam todas as letras na Tora”, quer dizer, no Pentateuco, ou nos primeiros cinco livros da Bíblia. Tal empenho meticuloso assegurou alto grau de exatidão na transmissão das Escrituras Hebraicas.

É claro que séculos de produção de cópias resultaram, naturalmente, em que alguns erros se introduzissem no texto bíblico, hebraico. Há evidência de que os soferins até mesmo fizeram algumas poucas mudanças intencionais. Por exemplo, copistas muito posterior es na história alistam 134 lugares onde os soferins mudaram o texto original hebraico para orar Adonai [“Senhor”] em vez de o nome pessoal de Deus, IHVH [“Yahweh”]. Felizmente, porém, estes escribas indicaram onde fizeram as mudanças, de modo que estudiosos subsequentes soubessem o que o texto dizia originalmente.

De acordo com a tradição judaica, antes da destruição do Templo, em Jerusalém, em 70 d. C., fizeram-se esforços estrênuos de voltar ao que o texto bíblico hebraico dizia originalmente. Sobre isso escreve Robert Gordis em O Texto Bíblico: “Os guardiães do texto bíblico encontraram um manuscrito antigo, meticulosamente escrito, e constituíram-no em base para o seu trabalho. Tomaram-no como arquétipo, do qual se deviam fazer todas as cópias oficiais e segundo o qual todos os manuscritos em mãos particulares podiam ser corrigidos daí em diante.”

A literatura rabínica menciona uma cópia hebraica do Pentateuco conhec ida como o “Rolo dos recintos do Templo”, que servia de modelo para a revisão das novas cópias. Faz-se também menção de “corretores de livros bíblicos em Jerusalém”, que recebiam seu salário do tesouro do Templo.

II. O TEXTO “MASSORÉTICO”

Originalmente, os manuscritos da Bíblia hebraica foram escritos apenas com consoantes. O alfabeto hebraico não possui letras vocálicas, tais como as nossas a, e, i, o, u. Mas, se olhar hoje para uma Bíblia hebraica impressa, notará que acima, abaixo ou no meio de cada palavra há pontos, traços e outros sinais. Por que foram estes acrescentados ao texto das Escrituras Hebraicas? Porque as palavras hebraicas escritas apenas com consoantes muitas vezes podem ser pronunciadas de várias maneiras diferentes, com variações de sentido. Os pontos vocálicos e os acentos servem para proteger a pronúncia tradicional de cada palavra.

Os pontos vocálicos e os acentos são a obra de copistas especialmente peritos, que viviam durante o sexto e até o décimo século d.C. Estes escribas vieram a ser conhecidos como baalei ha-masoreth (“senhores da tradição”) ou “massoretas”. O texto hebraico com pontuação vocálica, portanto, é chamado texto “massorético”.

Os massoretas não mudavam nada quando copiavam os manuscritos da Bíblia hebraica. Examinavam todas as formas incomuns de palavras, fazendo anotações sobre elas nas margens dos manuscritos massoréticos. Estas notas são chamadas “massorá”. Um método muito abreviado de anotações, conhecido como a “pequena massorá”, aparece nas margens, ao lado do texto da Bíblia hebraica. As margens no alto e ao pé das páginas contêm a “grande massorá”, que suplementa a pequena massorá. No fim de alguns manuscritos massoréticos encontra-se uma “massorá final”, parecida com uma concordância.

Tais anotações revelam que os massoretas havi am acumulado enorme quantidade de informações para a preservação fiel do texto bíblico. Segundo Robert Gordis, “contavam as letras da Escritura, determinavam a letra central e o versículo central da Torah [Pentateuco], fixavam a letra central da Bíblia como um todo, compilavam listas extensas de formas bíblicas raras e únicas, alistavam o número de ocorrências de milhares de palavras e usos bíblicos — tudo para ajudar a protegê-la contra alterações e impedir que escribas introduzissem mudanças no texto aceito.”


Por exemplo, a pequena massorá observa que a primeira palavra de Gênesis, bereshith (muitas vezes traduzida: “No princípio”), ocorre cinco vezes na Bíblia, três vezes no começo dum versículo. Muitas palavras, em quase cada página dos manuscritos bíblicos massoréticos, são marcadas na margem pela letra hebraica lamedh (ל). Esta letra (equivalente ao nosso “l”) é uma abreviatura da palavra leit, que é aramaica para “não há nenhuma”. Indica que a expressão, assim como aparece naquele ponto, não ocorre em nenhum outro lugar. Sobre a massorá, Ernst Würthwein observa em O Texto do Antigo Testamento:

“Muitas vezes, tais anotações massoréticas nos parecem forçadas, frívolas e sem finalidade. Mas, precisamos lembrar-nos de que são o resultado do desejo apaixonado de proteger o texto e de impedir erros deliberados ou descuidos do escriba, . . . A massorá dá testemunho da revisão extremamente precisa do texto, que merece nosso respeito, embora sempre haja o perigo de que no cuidado com a letra do texto seu espírito tenha sido despercebido.”

III. A EXATIDÃO É CONFIRMADA PELOS ROLOS DO MAR MORTO

Pesquisas feitas na região do Mar Morto encontraram numerosos rolos hebraicos, escritos antes de Cristo. Muitos deles contêm partes das Escrituras Hebraicas. Como se comparam eles com os manuscritos massoréticos, produzidos uns mil e tantos anos mais tarde?

Num estudo, examinou-se o capítulo cinquenta e três de Isaías, tanto no Rolo de Isaías do Mar Morto, copiado por volta de 100 a.C., como no texto massorético. Norman L. Geisler e William E. Nix apresentam os resultados deste estudo em Uma Introdução Bíblica:

“Dentre as 166 palavras em Isaías 53, há apenas dezessete letra s em dúvida. Dez destas letras simplesmente são questão de grafia, que não afeta o sentido. Mais quatro letras são mudanças estilísticas menores, tais como conjunções. As remanescentes três letras abrangem a palavra ‘luz’, que é acrescentada ao versículo 11, e não afeta muito o significado. . . . Assim, em um só capítulo de 166 palavras, há apenas uma palavra (três letras) em dúvida, depois de mil anos de transmissão — e esta palavra não altera significativamente o sentido da passagem.”

Outra publicação observa que este rolo é uma cópia adicional de partes de Isaías encontrada perto do Mar Morto, “mostraram ser palavra por palavra idênticos à nossa Bíblia hebraica comum, em mais de 95% do texto. Os 5% de variação consistem principalmente em lapsos óbvios da pena e em variações de grafia”.

Portanto, quando ler o Antigo Testamento, ou as Escrituras Hebraicas, pode confiar em que a sua Bíblia se baseia num text o hebraico que transmite com exatidão os pensamentos dos escritores inspirados de Deus. (2 Timóteo 3:16) Milhares de anos de produção profissional, meticulosa, de cópias asseguram o que Deus predisse há muito: “Secou-se a erva verde, murchou a flor, mas, quanto à palavra de nosso Deus, ela durará por tempo indefinido.” — Isaías 40:8.

É hora de Relacionamento.



Segundo as Escrituras Sagradas, observamos que Deus sempre dá mais preferência ao relacionamento do homem com Ele do que o trabalho que os homens podem fazer por Ele. Pessoas que têm o relacionamento com Deus como prioridade são mais abençoadas do que as pessoas que dão prioridade ao trabalho. Um clássico exemplo é o conhecido episódio bíblico envolvendo Maria, Marta e Jesus. Nesta história observamos que Marta se preocupou no trabalho e Maria se preocupou em conversar com Jesus (relacionamento). O mais interessante é que Jesus repreendeu Marta pelo que ela estava fazendo. Continuemos.
Você se lembra da história de José e seus irmãos. Neste episódio, vemos que os irmão de José trabalhavam o dia inteiro, enquanto José ficava com seu pai. Por esta razão ele era o mais querido de todos, era o preferido de seu pai por causa do relacionamento!
Não podemos nos esquecer da parábola do filho pródigo. Esta parábola conta a história de um filho que abandonou sua casa para tentar uma vida melhor. Algum tempo depois ele voltou pobre à casa de seu pai, que o recebeu com muita alegria. O filho mais velho, que acabara de chegar do trabalho, vendo que seu pai havia dado uma festa ao filho caçula, irou-se pois não achava aquilo justo. Ele esperava receber recompensa pelo seu trabalho, mas seu pai estava interessado no relacionamento dos filhos!
Talvez você deva estar se perguntando: O que é que este estudo tem a ver comigo? Bem, preste atenção:
Muitas vezes nos envolvemos tanto com o trabalho da nossa igreja, com o ativismo, que acabamos nos esquecendo de ter relacionamento com Deus! Muitas vezes nos preocupamos muito em ensaiar, comprar aparelhagens de som, estudar música, escutar Cd's, etc., e nos esquecemos de falar com Deus, ler sua Palavra, aprofundar nossa intimidade com Ele, enfim, esquecemos de ADORA-LO!
Muitas vezes nos sobrecarregamos de serviço... vivemos o dia inteiro correndo... resolvemos problemas... e Deus nos diz: Pare meu filho! Gaste um pouco mais de tempo comigo!
Eu consigo até imaginar Jesus dizendo: "Pare Marta! Chega de trabalhar... sente-se aqui comigo e Maria, vamos compartilhar...!" Posso imaginar na história do filho pródigo, o pai dizendo ao filho mais velho: "Não importa o que aconteceu, o que importa é que teu irmão mais novo está conosco, por isto eu dei esta festa!". Eu posso imaginar Deus dizendo aos seus músicos: "Não se sobrecarreguem de trabalho, tenham tempo para MIM e Eu farei todo o trabalho para vocês!"
Conclusão
Se você está nesta situação, sobrecarregado de trabalho e sem tempo para nada, É HORA DE PARAR! Se você vive numa correria, resolvendo problemas, se preocupando demasiadamente com a obra, É HORA DE PARAR! Deus te chama para, antes de mais nada, cultivar relacionamento com Ele! O Senhor te diz: "Converse comigo antes de começar o teu dia, antes de dormir, antes de ir para a igreja, antes de ministrar louvor, antes de cantar, ... antes de TUDO!". Eu nunca vou me esquecer de uma frase que eu ouvi a algum tempo: "Nada pode substituir o nosso relacionamento com Deus, nem a própria obra de Deus!"
Um grande abraço em Cristo Jesus,

Deus capacita.



Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.
“Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros o dom que recebeu” (1 Pedro 4, 10)

Todos nós recebemos algum dom de Deus. Um presente, uma dádiva, um carisma, algo especial que o Senhor concedeu, por amor e gratuidade, a cada um de nós. Uns têm certos dons, outros possuem dons diferentes, mas, como nos diz São Paulo, é um único Espírito que distribui os dons como Lhe aprouver.

O primeiro ponto que quero fixar nessa partilha é que todos temos dons. Deus lhe deu um dom. E para que serve esse dom? Alguns utilizam-no para a sua vida cotidiana, profissional, por exemplo, pessoas que têm o dom de cozinhar se tornam cozinheiros (as); as que possuem dom de cuidar dos enfermos tornam-se médicos, enfermeiros; as que têm o dom de ensinar, tornam-se professores, e assim por diante. E alguns têm dons que utilizam na evangelização, dons carismáticos, como por exemplo, orar pela cura e libertação, o dom da profecia, o dom da ciência, o dom da pregação, etc.. Outros ainda possuem dons que transparecem no dia a dia, como por exemplo, o dom da alegria, da paz, da bondade, entre outros. Enfim, todos temos dons que o próprio Senhor nos deu.

Se prestarmos bem atenção vamos verificar que os dons que temos não são para nós, são para os outros. Os médicos, enfermeiros, cozinheiros, professores, entre outros profissionais, põem os seus talentos à disposição das pessoas. E muito mais do que o retorno financeiro, a maior alegria deles é ver aqueles que atendem satisfeitos com o serviço prestado.

São Pedro nos diz claramente que devemos colocar à disposição dos outros os dons que recebemos. Se assim o fizermos vamos descobrir o sentido daquela frase “há mais alegria em dar do que em receber”. Isso precisa estar muito claro dentro de nós, ministros de música. Precisamos ter prazer em nos doar para os outros, em fazer o nosso dom realizar aquilo que lhe é próprio.

No versículo seguinte da passagem bíblica meditada, São Pedro nos exorta a exercer o dom como se fosse o próprio Deus agindo através de nós. Já imaginou isso? Cantar, pregar, tocar, interceder, como se fosse o cantar, o pregar, o tocar e o interceder do próprio Deus? Que graça! É com esse intuito que devemos exercer nossos dons, na expectativa de que o próprio Senhor aja através de nós.

O grande apóstolo também nos indica que ao exercer o dom devemos ter a consciência de que a capacidade para isso é proporcionada por Deus. Que lindo tocar nessa realidade! Agora nós entendemos o provérbio que diz “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.” Creia, meu irmão, que o próprio Senhor o capacita na ação do seu ministério, do seu serviço. E conclui dizendo “a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado”. Sim, essa é a finalidade do dom posto em prática: glorificar a Deus, dar glórias ao Senhor do dom, ao Nosso Senhor.

Portanto, dê o seu melhor, coloque o seu dom à disposição dos outros, sirva e faça tudo isso com empenho, dedicação, humildade, na certeza de que o Altíssimo o capacita e age através de você.

Que a finalidade do seu serviço seja para dar glória a Deus!

Cuidado com Satanás.


Uma pergunta que surge com muita frequência entre os crentes é: Satanás, o diabo, é uma pessoa real, ou apenas uma idéia que representa, simbolicamente, o mal?
A Bíblia não deixa dúvidas quanto ao fato de que Satanás não é apenas uma idéia, ou uma representação simbólica do mal, mas que ele é, na realidade, uma pessoa! Sempre que a Bíblia se refere a Satanás, fala dele como uma pessoa. Vejamos, por exemplo, o livro de Jó 1.7-8: "Perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste a meu servo Jó? porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal". Aí temos um diálogo mantido entre o Senhor e Satanás. Deus perguntou e Satanás respondeu. No capítulo dois do livro de Jó, o mesmo diálogo se repete.
Vejamos ainda um versículo em Zacarias, 3.2, onde lemos: "O SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreende, ó Satanás, sim, o SENHOR que escolheu a Jerusalém te repreende".Ora, um ser que se movimenta inteligentemente, que pode falar e ouvir, sendo interrogado e respondendo, podendo ouvir palavras de censura e repreensão, não pode, de modo algum, ser mera idéia ou representação simbólica, só pode ser uma pessoa.
Os livros da Bíblia chamados evangelhos, nos quais lemos sobre a vida e o ministério do Senhor Jesus, apresentam-nos o relato da tentação do Senhor, e ali, ainda uma vez, encontramos Satanás falando com Cristo. Não é possível imaginarmos que o nosso Salvador estivesse conversando com uma representação simbólica, ou, como alguns dizem, uma influência, pois tais coisas não podem falar. Examinemos o evangelho de Mateus, 4.1: "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo diabo". Três pessoas são mencionadas ali: Jesus Cristo, que é uma Pessoa, o Espírito Santo, que, embora alguns queiram negar, é também, uma Pessoa, e o diabo, a seguir chamado o tentador. As propostas que ele fez a Cristo naquela ocasião revelam inteligência e astúcia somente possíveis a uma pessoa e nunca a uma idéia ou influência impessoal.
A Bíblia fala também do caráter de Satanás. Cristo disse aos Seus inimigos rebeldes: "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira"(Jo 8.44). Notemos que Cristo menciona os desejos de Satanás, o que indica ter ele personalidade, pois somente quem tem personalidade pode ter desejos. Notemos, ainda, que tais desejos são maus, pois são frutos de um caráter criminoso, insincero e mentiroso.
O apóstolo João confirma esta verdade, mostrando como o pecado tem a sua origem no diabo, e como somente o Senhor Jesus Cristo pode destruir as suas más obras. Diz o apóstolo sob inspiração divina: "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo" (1 Jo 3.8).
Portanto, verificamos que Satanás fala, ouve, tenta, peca, pratica obras, possui um caráter mau, baseia os seus atos na mentira, e em tudo isso somos convencidos de que ele é uma pessoa, aliás, uma pessoa muito perigosa contra a qual devemos estar precavidos.
Os seus próprios nomes nos dão uma idéia do perigo que ele representa; ele é chamado o tentador; isto quer dizer que ele ataca os cristãos do mesmo modo como atacou o Senhor Jesus Cristo, procurando levá-los à prática do pecado. Ele é também chamado diabo, que significa "o acusador". E esse nome está muito de acordo com o seu caráter. No livro de Jó verificamos como ele acusava o servo de Deus perante a Sua presença, enquanto, através da esposa de Jó, procurava acusar a Deus de ser insensível e injusto. Assim, ele procura desprestigiar o crente perante Deus, e, ao mesmo tempo, desprestigiar a Deus perante o crente.
Em Ap 12.9-10, lemos: "E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo... Então ouví grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino de nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa, de dia e de noite, diante do nosso Deus". Sim, o diabo é o acusador.
O terceiro nome que a Bíblia lhe dá é Satanás, que significa "adversário". Tal é o nome que o identifica como inimigo de Deus e do Seu povo.
O propósito de Satanás sempre foi estragar a obra de Deus. Portanto, caro irmão ou irmã, convém tomar cuidado. A Bíblia recomenda vigilância e resistência contra o grande adversário. Ouçamos o conselho da Palavra de Deus: "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). "Sêde sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé"(1 Pe 5.8-9).
Se você quiser ter a certeza de um poder inteiramente à sua disposição para vencer o adversário, siga Àquele que primeiro o venceu, o Senhor Jesus Cristo. Os verdadeiros cristãos estão seguindo a um Capitão vitorioso, e sabem que, apesar de ser um inimigo perigoso, Satanás é um adversário já vencido. Pela Sua morte na cruz o Senhor Jesus Cristo derrotou a Satanás, o príncipe das trevas, juntamente com as suas hostes malígnas. Em Cl 2.15, lemos: "Cristo despojou os principados e potestades, e publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz".
Cristo declarou que, em Sua morte, foi julgado o mundo, e expulso o seu príncipe. Todo aquele que permanece em comunhão com o Senhor Jesus Cristo, permanece do lado vitorioso. Vai chegar o dia quando Satanás será lançado no lago de fogo, onde, por toda a eternidade sofrerá o castigo por todas as suas iniquidades. Sua derrota definitiva já está decretada.
Louvemos ao Senhor pela bendita segurança que Ele nos oferece e vigiemos em oração a fim de não cairmos nos astuciosos ardís do perigoso inimigo.
 
 
 

Cuidado com a tradução dos verbos.




São duas as razões que levaram os eruditos bíblicos a usarem a forma "Javé" como a mais provável para designar, em português, o nome do Deus de Israel (YHVH). A primeira é de ordem gramatical e a outra, de ordem documentária.

Primeiro, a de ordem gramatical. De acordo com Êx 3.14, Deus se apresentou a Israel como AQUELE QUE É, o Deus absoluto e imutável. A forma Javé (Yahveh, em hebraico), corresponde ao verbo ‘ehyeh, repetido em Ex 3.14: EU SOU QUEM SOU (BLHoje). O verbo está no imperfeito, que em hebraico, por ser um verbo lâmede-he, termina com a vogal e. O verbo "ser" aqui é hayah (com iode), que em sua forma arcaica era havah (com vave). A Bíblia de Jerusalém em português transliterou esse nome de Deus e o grafou assim: Iahweh. Em inglês, a BJ traz Yahweh, cujo h médio os americanos pronunciam com ligeira aspiração. Essa última forma é comum na literatura bíblico-teológica em inglês. Observe-se que em Êx 3.14 o verbo está grafado ‘ehyeh, sendo que a vírgula suspensa significa que em hebraico há ali uma letra álefe, que indica a primeira pessoa: EU SOU. Já o iode inicial indica terceira pessoa: AQUELE QUE É (Yahweh).

Um fato que indica ser a a vogal da primeira sílaba de YHVH é a forma abreviada desse nome, que é grafada Yah (Já). Essa abreviação de YHVH ocorre vinte e cinco vezes no Antigo Testamento. A American Standard Version (1901), matriz da Versão Brasileira, nessas passagens põe "Jehovah" no texto, mas na margem há nota, assim: "hebraico: Jah." Ver, por exemplo, Êx 15.2 e Sl 104.35. Nessa última passagem aparece a frase cúltica "Hallelu-Yah" (Aleluia). Ver também a nota da Bíblia de Estudo de Almeida nessas duas passagens.

Como é que Yahweh se tornou Javé em português? Primeiro, o iode (Y) inicial hebraico dá j em português (como em Yoseph - José). Segundo, o h inicial e final caem porque não soam em português. Terceiro, o w passa a ser v, que é como transliteramos em português a letra vave. E aí temos Javé.

Agora a razão de ordem documentária. Teodoreto, pai da Igreja, da escola de Antioquia, falecido em 457 dC., afirma que os samaritanos, que tinham o Pentateuco em comum com os judeus como Escritura 0,,,,,546 falecido antes de 216 dC., transliterava "a palavra de quatro letras" por Iaoué. Também os papiros mágicos egípcios, que são do final do terceiro século dC., dão como corrente a pronúncia acima referida, a de Teodoreto.

Finalmente, convém notar que em duas traduções modernas da Bíblia está correta a vocalização de YHVH. Uma delas é a Bíblia de Jerusalém, que traz Yahweh (inglês e português), Yahvé (francês), Yahvéh (espanhol) e Jahwe (alemão).

A Bíblia da LEB (Edições Loyola, 1989) usa o nome "Javé" como transliteração de YHVH. Em Gn 2.1 parte da nota explicativa diz: "Aqui aparece pela primeira vez o sacrossanto Nome de JAVÉ (YHWH), cujo sentido na tradição bíblica é "AQUELE-QUE-É." (...) Hoje o Tetragrama Sagrado, que se pronuncia em hebreu Yahweh, está devidamente implantado na língua portuguesa em sua forma correta, que é JAVÉ." E acrescentamos, forma dicionarizada: ver o Dicionário Aurélio e o Dicionário Michaelis, s. v. JAVÉ.